domingo, 27 de setembro de 2009


Aqui estamos, uma vez mais, numa guerra corpo a corpo. Lanças-me olhares de desejo como se fossem flechas certeiras e eu correspondo-te com beijos mortíferos. Deitas-me na mesa sem que eu faça qualquer esforço para te impedir e percorres o meu corpo, primeiro com as mãos, depois com os lábios molhados. A barba que roças nos meus recantos enlouquece-me e faz-me gritar por mais. O desenho da tua boca deixa adivinhar como a tua língua trabalha com empenho, lambendo-me com gula. Demoras-te de modo insuportável para fazeres com que te suplique. E eu suplico. Como suplico. Paras. Olhas-me nos olhos. Fazes-me rodopiar e entras em mim enquanto me beijas os ombros e acaricias os seios. Sussurras-me intolerâncias ao ouvido, enquanto me sentes humedecer. A tua excitação cresce cada vez mais e eu consigo ouvir a tua respiração. Pesada, rápida, ofegante. Venho-me, de olhos fechados, enquanto sinto o teu membro a latejar de desejo dentro de mim. Derrotaste-me uma vez mais. Ganhaste uma batalha, não a guerra, prometo-te.
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escrito por m.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009


As ruas parecem exalar o teu odor insistente. Imagino-te a surgir em cada nuvem que passa. A saudade é bem maior do que eu. Na mesa de um café eu canto e sonho contigo. Debaixo da chuva, canto e vejo-te a meu lado. Olhando a árvore que respira, canto e sinto-te a ecoar dentro de mim. É bem maior o desejo do que a força. Não negues que também o sentes. Mentirias e eu conheço-te.
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escrito por m.

terça-feira, 22 de setembro de 2009


Digo-te uma e outra vez que te desejo. Repito-te que os teus olhos são lindos e que já não sei viver sem os teus beijos. Perguntas-me porquê. Porque me atrevi aos beijos que te dei, nem eu o sei. A única certeza que levo das noites em que te amei é que os nossos corpos se reconhecem no escuro e conseguem decifrar desejos e incertezas à flor da pele. Quando não te tenho, sinto-te a falta. Quando nada me dizes, acho que morro. Quando estás longe, tudo é imperfeito, menos os teus olhos, esses sim são perfeitos (e estão gravados a ferro e fogo na minha mente). Contra isso nada podes fazer. Mostra-me que quando te vais ainda me tens agarrada à pele. E que por mais duches que tomes é comigo que te deitas. Quero saber se, quando estás longe, alguma vez te vieste sozinho, imaginando-me nua à tua frente a acariciar-me para ti. Eu já, porque te desejo uma e outra vez. E porque os teus olhos são lindos e já não sei viver sem os teus beijos.
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escrito por m.

domingo, 20 de setembro de 2009


Encontras-me na rua. Perguntas-me se quero boleia e convidas-me a entrar. Hesito. Melhor, finjo que hesito. Tinha de fazer-me difícil, quando na verdade queria ter-te ali mesmo. Perguntas-me para onde vou, a saber que qualquer que fosse a resposta acabaríamos à beira de uma falésia, com os vidros embaciados (tal como aconteceu). Paraste o carro, desligaste as luzes e olhaste-me com ar guloso. Querias rasgar-me as roupas e penetrar-me por trás, podia vê-lo nos teus olhos. Mas não. És um cavalheiro e, como tal, despes-me lentamente (a adivinhar os meus medos) enquanto me contemplas. E a minha timidez desvanece-se à medida que as tuas mãos se passeiam por mim e me fazem tremer. O meu corpo exige-te. Absorvo o teu cheiro através da minha pele. Dá-me a tua pele. Sussurra o meu nome. Toma-me e fica dentro de mim, naquele silêncio próprio.
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escrito por m.

sábado, 19 de setembro de 2009


Uma promiscuidade prosaica tenta selar-me, com um carimbo apático e sinistro. Embora indiferente sinto-me atingida na alma. O magnetismo injustificado porfia na insânia de um desejo. Uma enorme perturbação consome-me impunemente. Tudo fruto da paixão.
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escrito por m.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009


Quero-te porque me fazes sentir viva. Estou sôfrega dos teus beijos e imagino-te o corpo despido, à beira-mar, banhado por pequenas ondas que vão e vêm. Debruço-me para ti na areia fria da praia, debaixo do pôr-do-sol, e passeio a minha língua no teu corpo salgado. Sinto-te o gosto, devoro o teu sexo e lambuzo-me com todo o prazer que consigo proporcionar-te. Descubro um lado carnal que não sabia que tinha, povoado de desejos, devaneios e outras coisas mais. Uma paixão avassaladora que me consome corpo e mente, a cada palavra tua, a cada gesto. E fico louca quando te tenho por perto, mais louca ainda quando estás longe. Quero-te porque me fazes sentir viva.
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escrito por m.

terça-feira, 15 de setembro de 2009


Relembro-te como se de uma memória antiga se tratasse. Recordo cada gesto, cada carícia e imagino-te em meus braços uma vez mais. Nus. Despidos de qualquer pensamento, de qualquer pudor. Num toque suave da pele molhada pelo desejo. Beijas-me e eu contorço-me, num movimento quase perfeito, de plena sintonia. Com a mão direita, a tremer de nervosismo, afastas a madeixa de cabelo que teima em esconder-me o nariz enquanto, sequioso, percorres o meu corpo com os teus lábios molhados. Paras deliciado no meu umbigo, onde te demoras languidamente, em beijos ardentes. Desces mais. Um pouco mais. E mergulhas por entre as minhas pernas como quem procura um tesouro escondido. Partes à descoberta das mais infinitas sensações e provocas em mim ondas de prazer dignas de um tsunami capaz de arrasar qualquer cidade. Deitas-te sobre mim e pedes-me que te beije enquanto te sinto entrar nas profundezas do meu ser, primeiro devagar depois em movimentos rápidos e compassados. Apetece-me gritar o teu nome enquanto nos fundimos num só, mas a tua língua abafa-me as palavras e devora-me de uma vez. Estamos ávidos de desejo. O tempo passa e nós vemo-lo passar como se as horas fossem apenas minutos, como se não houvesse amanhã, como se ninguém nos esperasse.
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escrito por m.