domingo, 20 de setembro de 2009


Encontras-me na rua. Perguntas-me se quero boleia e convidas-me a entrar. Hesito. Melhor, finjo que hesito. Tinha de fazer-me difícil, quando na verdade queria ter-te ali mesmo. Perguntas-me para onde vou, a saber que qualquer que fosse a resposta acabaríamos à beira de uma falésia, com os vidros embaciados (tal como aconteceu). Paraste o carro, desligaste as luzes e olhaste-me com ar guloso. Querias rasgar-me as roupas e penetrar-me por trás, podia vê-lo nos teus olhos. Mas não. És um cavalheiro e, como tal, despes-me lentamente (a adivinhar os meus medos) enquanto me contemplas. E a minha timidez desvanece-se à medida que as tuas mãos se passeiam por mim e me fazem tremer. O meu corpo exige-te. Absorvo o teu cheiro através da minha pele. Dá-me a tua pele. Sussurra o meu nome. Toma-me e fica dentro de mim, naquele silêncio próprio.
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escrito por m.

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