terça-feira, 15 de setembro de 2009


Relembro-te como se de uma memória antiga se tratasse. Recordo cada gesto, cada carícia e imagino-te em meus braços uma vez mais. Nus. Despidos de qualquer pensamento, de qualquer pudor. Num toque suave da pele molhada pelo desejo. Beijas-me e eu contorço-me, num movimento quase perfeito, de plena sintonia. Com a mão direita, a tremer de nervosismo, afastas a madeixa de cabelo que teima em esconder-me o nariz enquanto, sequioso, percorres o meu corpo com os teus lábios molhados. Paras deliciado no meu umbigo, onde te demoras languidamente, em beijos ardentes. Desces mais. Um pouco mais. E mergulhas por entre as minhas pernas como quem procura um tesouro escondido. Partes à descoberta das mais infinitas sensações e provocas em mim ondas de prazer dignas de um tsunami capaz de arrasar qualquer cidade. Deitas-te sobre mim e pedes-me que te beije enquanto te sinto entrar nas profundezas do meu ser, primeiro devagar depois em movimentos rápidos e compassados. Apetece-me gritar o teu nome enquanto nos fundimos num só, mas a tua língua abafa-me as palavras e devora-me de uma vez. Estamos ávidos de desejo. O tempo passa e nós vemo-lo passar como se as horas fossem apenas minutos, como se não houvesse amanhã, como se ninguém nos esperasse.
.
escrito por m.

Sem comentários: